Acordo!
Ainda de olhos fechados, sinto-te o cheiro, o toque, o calor da tua respiração lenta no meu pescoço nu. Sinto a tua mão pousada ao de leve na curva marcada da minha anca. Os corpos vão acordando lentamente para o dia que já vai a meio. Os meus movimentos involuntários despertam-te. Abraças-me instintivamente ainda antes de abrires os olhos.
Murmuro: - Bom dia, meu amor. – Com a voz ainda adormecida.
Abres o sorriso mais bonito do mundo, antes de abrires os olhos. Beijas-me levemente o ombro e um arrepio percorre-me por inteiro, acordando-me.
Abrimos os olhos em simultâneo. Levanto-me, lenta, com o corpo ainda dormente. Abro a janela e deixo o mundo entrar.
Pego numa caneta perdida no fundo de uma gaveta, num papel.
Tento escrever o dia de hoje, falar de simplicidade.
E apercebo-me, neste inicio do dia já a meio do dia, que a simplicidade é a coisa mais complexa do mundo inteiro e fora dele.
Olhas-me… Não há palavras… Simplicidade.
Vês-me, despida de mim e do mundo, exposta… Coro, fico embaraçada. Não há palavras… Simplicidade.
Sorris… Aqueces-me o peito… Não há palavras… Simplicidade.
Tocas-me… O meu corpo anima-se… Sou tua… Não há palavras… Simplicidade.


Imagem daqui
*Crystal Dancer - Proyecto Oniric